sábado, 22 de março de 2008

Reflexos de alguns momentos

Dal Marcondes

Todas as vezes que nos defrontamos com nossa própria finitude ficamos perplexos com os limites que ns são impostos. Pertencemos a uma geração da Humanidade, e a uma classe social que não está acostumada a enfrentar limites definitivos. Tratamos estas impossibilidades como transitórias e buscamos sempre o chavão fácil da superação.

Bom, ainda não existe superação para o fim da vida. A extinção do ser, do sentir, do poder e do fazer. A impecável imobilidade social, moral e biológica do ser. O último ato.

Os momentos em que vislumbramos a possibilidade do fim. Estes são fundamentais.

Saber da iminência de deixar a cena cria a vontade de fazer mais, ser melhor, estar bem. Uma vontade que, em si, não tem a capacidade de alterar resultados naquele preciso momento. No entanto, mostra caminhos e alternativas para o porvir, se ele existir.

Triste é a vida de quem não se apercebe de que ela se esvai. Porque os momentos são iguais, uma sucessão de sentimentos e sensações sem a elevação do último acorde. Mais triste ainda é a vida de quem tem medo do cerrar das cortinas. Pois, sem domínio da própria existência, vive a luta para preservar a iníqua sucessão dos dias e noites.

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