terça-feira, 9 de março de 2010

Mil anos para as mulheres!

Por Dal Marcondes

Minha vida é cercada de mulheres. Em sua maioria pessoas fortes, cheias de vida e personalidade. A começar por minha mãe. Maria Bela é um farol que emana segurança e caráter. Minhas irmãs, as três, são a ternura de que me lembro. Cristina é o sonho, o charme, a insensatez e a liberdade. Adriana é a responsabilidade e a braveza em todos os sentidos do termo. Nira é a harmonia, a alegria e a ternura que fazem sorrir, sempre.

Minhas filhas são complementos: Alba é um presente que faz olhar o futuro com esperança. Alice é a certeza de que este futuro será construído de fato, e será um bom lugar para se viver.

Entre meus amores há um pouco de tudo, representado hoje por Ana Maria, que tudo agita e faz com que a vida se mova, sempre.

Este ano é o centenário do Dia Internacional da Mulher. Vamos ler muito sobre isto, apenas espero que não seja mais com a visão romântica de que as mulheres são umas coitadinhas que carregam o mundo nas costas. Claro que há injustiças, e muitas. No entanto, há avanços a serem comemorados. O principal deles é o espaço que as mulheres estão ocupando no campo político. Teremos este ano duas mulheres concorrendo à Presidência da República, uma demonstração de que estão prontas para assumir responsabilidades que anos atrás eram impensáveis para quem não ostentasse aspecto de liderança viril.

A vida tem demonstrado que as mulheres chegaram a este século XXI muito melhor preparadas para as incertezas e novos desafios que os homens. As meninas estão anos luz de seus contemporâneos masculinos nos quesitos liberdade, consciência e autoconhecimento. Enquanto as moças olham para cima e para a frente, grande parte dos rapazes se encolhem, se acovardam e buscam abrigos que os protejam de um futuro incerto.

Há, entre os homens, um certo sentimento de “antigamente é que era bom”, quando sabiam seus papéis quase que por “herança genética”. Eram criados para trabalhar, pagar as contas e ter prioridade sobre o controle remoto da TV. Sabiam o que fazer, enquanto, na sua opinião, as mulheres deviam se dedicar a lavar, passar, cozinhar e cuidar das crianças. Bom, tudo mudou.

E agora rapazes? A festa não acabou, apenas mudou a música, agora elas trabalham, planejam, mandam e, talvez, sejam melhores que nós nisso. Elas dirigem, compram, pagam e opinam. Elas são mães e com este poder da vida entendem melhor a responsabilidade de deixar viver.

O mundo masculino é um mundo de exclusão, de força e de morte. O mundo feminino é de acolhimento e de vida. Qual tem mais a oferecer para o futuro? E não podemos nos equivocar, este mundo-mulher não é fraco, sua força não vem das armas, mas sim da legitimidade. Enquanto os homens se armam para enfrentar a pluralidade da vida, as múltiplas opiniões e a diversidade, as mulheres estão habituadas a mediar as disputas de seus homens sem deixar mágoas e construindo uniões.

Acredito que a Terra, planeta feminino, será melhor quanto mais as mulheres ocupem espaços de poder. Neste centenário do Dia Internacional da Mulher faço uma aposta no futuro: que este seja o milênio da mulher. E no ano 3.000 voltaremos a ver se os homens podem voltar a merecer confiança. (Envolverde)

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